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Além de Palavras, Sentimentos: Vai valer a pena?

Vai valer a pena?



Eu sempre quis ser paz, por isso eu sempre quis que a paz que vem do alto pudesse transbordar em mim, para que eu pudesse ser o ponto de paz das pessoas.
Eu sempre quis ser a pessoa que reflete a Tua luz para leva-la para escuridão de tantos que já não conseguem mais andar por não enxergar o caminho.
Eu sempre quis me oferecer para ajuda o meu irmão, sempre quis ir buscar o perdido no deserto, no mar ou em qualquer outro lugar.

Mas o que fazer quando esse alguém sou eu? O que fazer quando fui eu quem me perdi no deserto da minha alma, no mar dos meus medos e na terra das minhas inseguranças. O que fazer se a luz que eu queria levar para as pessoas já não brilha aqui e tudo que eu vejo é escuridão? Como que eu posso ir ajudar alguém a levantar, se aparentemente eu cai e acabei me acomodando pelo chão?

Eu sempre quis ir pra guerra estando preparada para lutar, mas de repente eu me vi jogada no meio da batalha sem armas, sem nenhuma defesa. Totalmente entregue. Totalmente vulnerável. Aparentemente eu me enganei, eu nunca soube me defender, eu nunca soube criar barreiras que o inimigo não pudesse transpor, por que é impossível não deixar que o inimigo me alcance, quando eu sou minha própria inimiga.

A guerra nunca foi contra o outro, apesar de tantos outros terem me ferido. A guerra nunca foi contra as circunstâncias criadas pelas outras pessoas. A guerra nunca foi contra o que me disseram que eu era. Tudo isso pode realmente ter doido, mas no fim das contas foram apenas arranhões se comparado a as feridas que eu me causei, as dores que eu me permiti e os momentos que eu mesma criei a fim de me afundar cada vez mais nesse poço que é a minha vida. No fim das contas, ninguém conhece tão bem o fundo do poço que sou eu quanto eu mesma, afinal, eu criei o fundo do poço, cai lá e por lá mesmo eu fiquei.

Em pequenos momentos eu ainda consegui vislumbrar a luz da saída, a luz do topo, mas nunca foi motivo suficiente para eu tentar escalar, eu apenas olhava aquilo e mais uma vez me contentava apenas com um feixe quando poderia ter a luz toda. E é isso, talvez eu nunca saia daqui por que eu já estou tão ferida que não sei se poderia me deixar ferir ainda mais pela escalada até o topo. Talvez o fundo, afinal, seja mais confortável. Escalar dói, me mover, dói. E eu já não aguento mais dores e nem tenho mais força para a escalada.

Mas uma coisa é certa, o que me mantém viva, mesmo no fundo do poço é a esperança de que finalmente um dia tudo isso acabe. Não tenho forças para escalar, mas eu acredito que um dia Ele vai me tirar daqui e me dizer que valeu a pena. E quando o fim se aproximar tudo que eu quero é poder abraça-lo.

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